domingo, 16 de fevereiro de 2014

Tempo quente!


Mais um horário de verão termina, deixando como legado para os cariocas um calor absolutamente dos infernos e uma prolongada - prolongadíssima - estiagem.

Comemorando o retorno dos ponteiros dos relógios digitais ao seu regime normal, o Varre Mundo, aliviado da sauna ao ar livre com as primeiras e tímidas chuvas desde quase o último mês, traz um pouco de cultura, revelando a origem desta curiosa violação do tempo.


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O horário de verão foi uma ideia do imperador romano Veranus Canniculae, o Quente, que o implantou pela primeira vez no ano 7365 BAC (bem antes de Cristo). Veranus era conhecido por seu temperamento inflamado e pelo calor que fazia emanar das cortesãs da época, por ele assediadas.

Embora de cunho extremamente prático, pelo aproveitamento mais eficaz da luz solar, o horário de verão dava muito trabalho aos escravos, que, duas vezes por ano, viam-se obrigados ao esforço de girar os imensos relógios de sol para colocá-los na posição correta - no início e no final do período, que era estabelecido em função das fases da lua, da vazante do Rio Nilo e, claro, dos humores do imperador. Cerca de 20 homens eram necessários para erguer as pesadas estruturas, das quais ainda restam 4 unidades nos arredores de Roma, na Antuérpia, no extremo oeste de Moçambique e na região da Patagônia Iugoslava.

Outra tarefa importante era alterar as quantidades de areia das ampulhetas, redimensionando o fluxo dos grãos para que a medição do tempo não ficasse prejudicada. Essa função era exercida pelos mestres ampulheteiros, estudiosos de aritmética que desenvolveram a habilidade de contar e pesar a areia com irreprochável precisão. Um número determinado e exato de grãos era adicionado ou subtraído das ampulhetas, conforme o horário de verão, respectivamente, estivesse por iniciar-se ou findar-se.

Essa, certamente, você não sabia...

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